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Harmonizar, rearmonizar. Pra que? (fragmento de um pensamento mais complexo)

*** Dois sentidos de usar o uníssono:
1) Como absoluto, afirmando aquilo que é (quando o acorde ao fim confirma a expectativa)
2) Como surpresa, como dúvida (quando o acorde ao fim é a revelação de algo novo)
 (é claro que ele pode ser visto simplesmente como encontro, almejado ou casual, de duas ou mais vozes - mas isso não é o sentido que estou referindo nesse fragmento)
O uníssono uma nota, qualquer nota, quando entoada como início de uma música, quando vem do silêncio da ausência de uma música é a estabilidade (a referência). Se ficar soando por um tempo maior vira tensão, horror, do qual queremos nos libertar.
Uma harmonia básica está sempre implícita no uníssono (condicionamento cultural e não apenas fenômeno físico). Mostrá-la é vestir a melodia do sentido esperado. Mas também é dotá-la de obviedade.
Rearmonizar é ampliar o sentido, é dar novos sentidos, é dar maior sabor à viagem musical, é ir mais fundo no desequilíbrio, aumentando a emoção do caminho melódico/musical, sempre dando sentido e mostrando que estaremos vivos ao final.
Esses novos sentidos podem ser levados ao extremo, passando por (1) mudança de ares empréstimo modal, modulação temporária, mergulhos maiores em outras tonalidades; passando por (2) caminhos ancestrais as sequências modais com suas propriedades semânticas e dinâmicas que induzem outros estado de corpo e de espírito; passando por (3) campos de gravidades múltiplas (ou indefinidas, ou variáveis) bitonalismo, politonalismo, polimodalismo e, finalmente, passando por (4) outras dimensões o uso de acordes quartais, que dota ao politonalismo uma gravidade resultante, gerando um outro sentido de gravidade, embora comparável à gravidade tonal e modal.

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wilson hermógenes

Valeu MESTRE pela Aula !!!!

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